VIDA

28/10/2014 14:35

VIDA

 

Sob a penumbra da noite

  o amor se envaidecia.

    Sopro de açoite num vento que assovia.

      Do alto eu espreitava a mão que acaricia.

 

          Envolto em névoa úmida,

            senti que a mão divina,

          em meio ao sopro da vida,

        me empurrava da colina,

      pra onde o amor se contorcia.

 

  Certa a hora,

ou se tardia,

  não me lembro exatamente,

    mas tornara simplesmente,

      do amor, uma semente.

 

          Não sabia se lá fora

            era frio, úmido ou quente.

          Mas num espaço contido,

        de doçura, encanto e magia,

      só me importava uma coisa;

    aquilo que eu sentia.

 

Era bem alimentado.

  Amor, afeto e carinho.

    Dormia, ficava sentado

      e era belo o meu caminho.

 

          Mas o tempo foi passando.

            O espaço aumentando

          na força das minhas forças.

 

      Gritava por liberdade,

    sem saber que o preço dela

  ficaria na saudade,

pois trocar o meu cantinho,

  de afeto amor e carinho,

    era conto de criança,

      que não vê na esperança

        os espinhos do caminho.

 

            No corre-corre lá fora,

          no balanço da rotina,

        me vi de cabeça à fora,

      “prum” mundo que descortina.

 

  Às costas um grito de dor

e um sorriso de alegria.

  Parabéns,

    disse o doutor,

      no momento em que eu nascia.

 

Do Livro INSPIRAÇÂO

Omar Carline Bueno