"CHUVA DE PRATA" - OBJETOS NO CÉU

24/09/2014 16:49

Em 21 de dezembro de 1954, o jornal Correio Popular de Campinas, destacava em uma de suas páginas a matéria intitulada "Chuva de Prata".

Pessoas diziam ter visto estranhos objetos no céu.

Uma senhora, que não quis se identificar, disse que dois dias antes, caiu no quintal de sua casa o que ela chamou de “Chuva de Prata”.

Eram pingos de metal incandescente que quando tocavam o solo soltavam fumaça ao se resfriarem. Surpresa com o ocorrido, olhou para o céu na expectativa de ver de onde vinha aquela “Chuva de Prata”.

—Vi quando bem alto, passaram três objetos estranhos, disse ela. Eram redondos e de cor cinza meio fosco. Possuíam dois corpos que viravam sem parar. Eram parecidos com os discos voadores que a gente vê nos livros. Fiquei apavorada, continuou a senhora. Quase não me mexia de medo. Quando resolvi olhar o líquido que havia caído, ele já havia endurecido e pareciam pedaços de prata. Tentei pegar um deles, mas estava muito quente. Daí fui chamar o meu vizinho. (Benedito Nascimento - Rua Major Solon, 28 - Campinas - SP). Ele pegou os pedaços, que já haviam esfriado e levou embora, concluiu a senhora.

O senhor Benedito, em uma óbvia dedução, disse que os fragmentos de metal só poderiam ter vindo do céu.

O interessante disso, é que Benedito Nascimento, escrevia, a título de colaboração, artigos para publicação na imprensa e já havia deixado clara a sua descrença em Objetos Voadores Não Identificados. Contudo, parece que o destino estava pregando-lhe uma peça, que faria com que revisse suas crenças.

—Um dia, eu mesmo vi um desses aparelhos, disse Benedito. Ele passou rápido próximo à minha casa e por sobre o Colégio Ateneu Paulista. Parecia ser muito grande. Era redondo com duas partes e sua cor era como metal sem brilho. A parte de baixo rodava bem rápido como aquelas coroinhas de festa junina. A partir daí, completou, mudei minha opinião quanto à existência de discos voadores.

Em posse de um pedaço do metal cedido pelo senhor Benedito, uma equipe do Jornal Correio Popular saiu na busca de um laboratório que pudesse analisar o material, na tentativa de esclarecer o fenômeno.

Na ocasião, contataram os laboratórios das Indústrias Young (Rua Francisco Teodoro - Vila Industrial - Campinas - SP).

Aparentemente era estanho misturado a outras substâncias. Contudo eram necessárias análises mais detalhadas para conclusões mais precisas.

Desta forma, enquanto o químico do laboratório buscava respostas mais concludentes, a equipe do jornal tentou novas informações junto à senhora que vislumbrara o fenômeno. Para ela, não havia qualquer dúvida em relação ao que tinha visto e garantia não se tratar de nenhum avião conhecido. Sem conseguir maiores explicações, a equipe guardou os fragmentos do metal na sede do jornal colocando o material à disposição das autoridades do Departamento de Defesa Nacional da Aeronáutica, para que pudessem esclarecer o mistério dos Discos Voadores, responsáveis pela “Chuva de Prata”.

Os resultados do referido material voltava à tona, através do Jornal Correio Popular de Campinas, em 23 de dezembro do mesmo ano. Era estanho de pureza absoluta, pureza essa ainda desconhecida na Terra, no que dizia respeito aos métodos conhecidos. O mais interessante é que na sua composição não foram encontrados indício de outros elementos, comumente encontrados no estanho. Não foram constatadas quaisquer impurezas, a não ser elevado índice de oxidação.

Disse o engenheiro químico responsável pela análise, Dr. Maffei, que se tratava de um estanho, com teor de 88,91%, portanto, de um estanho dos mais puros e superior ao estanho conhecido até então. Ainda mais: o estanho comum contém certa porcentagem de ferro, chumbo, antimônio e outros corpos conhecidos. O material que teria caído do céu, não apresentava a menor impureza, nada contendo além de elevada oxidação. O Dr. Maffei estranhou essa extraordinária pureza do material analisado, pois o nosso mais puro estanho, não tinha a menor semelhança com aquele. No certificado de análise, dizia o Dr. Maffei, textualmente: "Nota importante - O material em análise apresentou características de oxidação elevada, com teor de estanho combinado ao oxigênio sob forma de óxido de carbono. Não foi determinada nenhuma outra impureza no material em questão."

Assim, ao que tudo indicava, o material era ainda desconhecido. O mais puro estanho conhecido apresentava um índice de 79% de mistura de enxofre, arsênico, antimônio, chumbo, ferro e outros corpos. O material em questão, continha 88,91%, de estanho e o restante de oxigênio. Na análise, a presença de nenhum outro corpo foi assinalada. O Dr. Maffei esclareceu, que o referido material, em nada se assemelhava à solda, que por ventura tivesse caído de algum avião em curso, pois se assim fosse deveria conter na mistura, certa porcentagem de antimônio e de chumbo. Com esses esclarecimentos, a opinião pública aumentou ainda mais sua curiosidade em torno do estranho caso. Parecia mesmo ser uma composição nova, ainda não conhecida. Perguntado sobre a possibilidade de se tratar de fragmentos de algum meteoro, o Dr. Maffei descartou tal possibilidade por existir grande diferença. Muito interessado no caso, o químico do Laboratório Young também se mostrou intrigado com tal mistério. Afinal, o material, produto de uma “Chuva de Prata” tão misteriosa, teria caído, segundo o relato, justamente durante a passagem de “Discos Voadores”, esse grande enigma do espaço.